sábado, 14 de março de 2009

Chegando a estréia

Para ir ouvindo enquanto lê o blog:





O tempo passa e o dia da estréia se aproxima. E parece que é sempre aquela coisa: tanto ainda por se fazer e tão pouco tempo. Mas quanto tempo de fato se precisa? Há dias em que os ensaios não rendem. Concentração baixa, corpo cansado, garganta doída ou doida. Ensaiar a noite em meio de outros trabalhos não é muito fácil. Mas, por outro lado, há dias, ou deveria dizer noites, em que os ensaios decolam e rendem enormidades.

Em O BARBA-AZUL E A FILHA DO BARBA-AZUL, estamos absolutamente amarrados uns aos outros. Ensaiar com a ausência de um é como caminhar com apenas uma perna: a gente vai, mas o caminho é mais lento e cansativo. Mas há os limites de tempo e de corpo.
E nessas tensões finais, o que empolga mesmo é saber que logo, logo, o espetáculo estará acontecendo. E processos gostosos de trabalho embalam e fortalecem. Este trabalho, pra maioria de nós, nos põe novamente em cena. Em cena
e em exposição, no contato com o público.

E essa coisa de contato com o público é um assunto delicado, pelos rumos que as coisas às vezes tomam em espetáculos por aí. Não, não pediremos que o público faça gracinhas e micagens, não jogaremos água na platéia nem ficaremos perguntando coisas, expondo o público. Queremos um encontro. Estar perto, oferecer algo a quem vier. A exposição não será do público, será nossa. Portanto, quem não gosta de, como público, ser exposto no palco, não se preocupe. Queremos apenas o encontro, num subsolo, imersos numa história. E estaremos desarmados: sem recursos técnicos mirabolantes, caixas de som estonteantes. O que não for nossos corpos e nossas vozes, será a sala onde estaremos. E as paredes da sala ressoarão.

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