sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Estréia em março o espetáculo que nasceu do espaço




Nosso espetáculo estreará no dia 20 de março, às 18h, em Curitiba, como parte da programação do Fringe, no Festival de Curitiba, 2009. Será também apresentado no mesmo horário dias 21 e 22.

O espetáculo foi criado para o espaço de exposições do De Kroeg bar(arte) galeria (http://www.kroegbar.com.br/) . Esta pequena sala, no subsolo do bar, corresponde a uma espécie de porão, mas lembra em muito uma psicina. O chão, as paredes e o teto são de cimento, uma verdadeira caixa. Possui um único acesso por uma escada de ferro em espiral que desce próximo ao meio do espaço, junto a uma das paredes laterais, e três ou quatro janelinhas para a entrada de ar junto a parede oposta, mais ao canto e próximas ao teto. O tamanho é de uma garagem. Possui um efeito acústico de muita ressonância. É um esconderijo. Um útero. Uma caixa. Um espaço fora do mundo, abaixo no nível do solo. Um espaço impensável. Secreto. Meditativo. Íntimo.

Primeiro descobri o lugar. E encantado com sua peculiaridade, riqueza e provocação, busquei um texto que pudesse ser trabalhado ali, que desse oportunidade de encontro secreto. Encontrei dois contos associados: O Barba-Azul, de Charles Perrault (1628-1703), publicado pela primeira vez em 1698 e A Filha do Barba-Azul, do holandês Louis Couperus (1863-1923).

já tinha ouvido falar de Barba-Azul, mas desconhecia sua história. Sabia que se tratava de um assassino, mas tudo que tinha era uma referência vaga em meu imaginário. Conversando com amigos, percebi que a relação deles era a mesma: um conhecido desconhecido.

A história da filha era nova para mim. E ilária. O conto de Perrault termina dizendo "constatou-se que Barba-Azul não tinha herdeiros", e danadamente Couperus começa seu conto dizendo: "a maioria das pessoas acha que Barba-Azul morreu sem deixar herdeiros, mas se tivessem pesquisado os fatos mais a fundo, descobririam, como eu, que ele tinha uma filha de seu primeiro casamento, nos braços de quem veio a morrer".

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