Artaud é uma influência. Escreveu, em seu livro O teatro e seus duplos, muitas provocações neste sentido.
Não está provado, de modo algum, que a linguagem das palavras é a melhor possível.
E parece que na cena, que é antes de mais nada um espaço a ser ocupado e
um lugar onde alguma coisa acontece,
a linguagem das palavras deva dar lugar à linguagem por signos,
cujo aspecto objetivo é o que mais nos atinge de imediato.
(Artaud, 1993, p. 105)
O som tem uma capacidade de penetração que atinge o corpo de uma maneira diferente. O pé pulsa, a cabeça embala, a melodia nos acalma, a trilha sonora do filme nos deixa tensos.
O que se quer do teatro?
Onde se quer chegar NO ou COM o espectador?
A suas idéias, a sua mente?
A seu coração?
A sua alma?
A seu corpo?
Quais os caminhos a utilizar para chegar ao destino pretendido?
O discurso é uma opção.
O diálogo, outro.
A imagem é caminho também.
O ritmo, a tonalidade, a melodia, a harmonia, a dissonância, outros.
O cheiro também é.
E o calor do corpo.
E a distância.
A proximidade.
A presença e a ausência.
O que se quer do teatro?
Importa é que, através de meios seguros,
a sensibilidade seja colocada num estado de percepção mais aprofundada,
é esse o objetivo da magia e dos ritos,
dos quais o teatro é apenas um reflexo.
(Artaud, 1993, p. 87)
(Já que mencionei Artaud, é bom lembrar apenas que A.A. (Antonin Artaud) é tomado muitas vezes de forma bastante pobre e estereotipada. A.A. é sim uma influência, mas não uma receita barata.)
Este vídeozinho é de um joguinho que fizemos ontem. é um deses lances vocais que testamos.
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